quinta-feira, 24 de março de 2011

Seminário Formação para o Letramento

Seminário Formação para o Letramento:
contextos, práticas e atores
31 de março de 2011 (quinta-feira) das 9:00 às 17:00
Local: auditório da UNIGRANRIO

Atenção professores  do Alfaletrar 3 -  turma 2 (Faculdade Flama)!
O 1º encontro acontecerá no referido Seminário dia 31 de março.O 2º encontro acontecerá na data anteriormente prevista (dia 14 de abril às 13h na Faculdade Flama).

Professores do Alfaletrar 3 - turma 1 (E. M.Walter Russo)
Convidados a participarem do Seminário.
 Próximo encontro da formação dia 07 de abril na E. M.Walter Russo às 8h.

Qualquer dúvida entrar em contato com as formadoras.

As Habilidades de Leitura: Muito Além de Uma Simples Decodificação. Autora: Mônica Garcia Barros


RESUMO
A leitura é uma das habilidades mais importantes e fundamentais que podem ser desenvolvidas pelo ser humano. É a partir da leitura de mundo que o aluno pode compreender a realidade em que ele está inserido e chegar a importantes conclusões sobre o seu mundo e os aspectos que o compõem. A habilidade de leitura é essencial e dá suporte para o estudo de outras áreas do conhecimento. Ao estudar matemática, a criança terá que realizar a leitura de sinais, de números existentes em uma determinada situação, bem como a leitura dos enunciados das questões propostas nas atividades. Já em história, ela irá se encontrar com um universo de palavras que caracterizam uma época, um acontecimento. Sendo capaz de realizar uma leitura proficiente desse contexto, ela não só compreenderá o passado, como também poderá estabelecer paralelos sobre a época estudada e a realidade atual. As habilidades de leitura vão muito além de uma simples decodificação, na verdade, vão além da própria compreensão do que foi lido. Mas quais são os conhecimentos e habilidades de leitura que o aluno deve ter? A habilidade que se deve ter de leitura não é somente traduzir sílabas ou palavras (signos lingüísticos), em sons, isoladamente (a decodificação). É sobre as habilidades de leitura e as etapas de leitura que abordaremos neste trabalho.
Palavras-chave: Habilidades de Leitura. Etapas de Leitura. Leitura no Livro Didático.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo abordar aspectos que fazem parte do desenvolvimento das habilidades de leitura dos alunos, em especial, do 2º ciclo do ensino fundamental em que os alunos ainda estão num processo de alfabetização. Habilidades que possibilitam o aluno compreender não só as tarefas em língua portuguesa, e sim, outras disciplinas. Na verdade, o aluno compreende não apenas o contexto escolar, mas o contexto de sua própria vida e do mundo contemporâneo.
A leitura é uma das habilidades mais importantes e fundamentais que podem ser desenvolvidas pelo ser humano.
É a partir da leitura de mundo que o aluno pode compreender a realidade em que ela está inserida e chegar a importantes conclusões sobre o seu mundo e os aspectos que o compõem.
A habilidade de leitura é essencial e dá suporte para o estudo de outras áreas do conhecimento. Ao estudar matemática, a criança terá que realizar a leitura de sinais, de números existentes em uma determinada situação, bem como a leitura dos enunciados das questões propostas nas atividades. Já em história, ela irá se encontrar com um universo de palavras que caracterizam uma época, um acontecimento. Sendo capaz de realizar uma leitura proficiente desse contexto, ela não só compreenderá o passado, como também poderá estabelecer paralelos sobre a época estudada e a realidade atual.
As habilidades de leitura vão muito além de uma simples decodificação, na verdade, vão além da própria compreensão do que foi lido.
Mas quais são os conhecimentos e habilidades de leitura que o aluno deve ter?
A habilidade que se deve ter de leitura não é somente traduzir sílabas ou palavras (signos lingüísticos), em sons, isoladamente (a decodificação), é muito mais que isso, a boa leitura deve passar pelas seguintes etapas:
1º - Decodificar;
2º - Compreender;
3º - Interpretar, e
4º - Reter.
A LEITURA EM QUESTÃO SEGUNDO PESQUISADORES
Para Dansereau , “a leitura como processo é constituída pelo conhecimento de símbolos gráficos (escritos ou impressos) que servem para estimular significados da experiência passada do leitor”.
Para Lionel Bellenger , “ler é ser um pouco clandestino, é abolir o mundo exterior, deportar-se para uma ficção, abrir o parêntese do imaginário”.
Para o pedagogo e matemático Gaston Milaret , “ler é ser capaz de transformar uma mensagem escrita numa mensagem sonora segundo certas leis precisas. É compreender o conteúdo da mensagem escrita, é ser capaz de julgá-lo e de apreciar seu valor”.
Para Ezequiel Theodoro da Silva3, “ler é, antes de tudo, compreender”.
Para Magda Becker Soares, “leitura não é (...) ato solitário; é interação verbal entre indivíduos e indivíduos socialmente determinados”.
A autora diz também que a leitura:
(...) do ponto de vista da dimensão individual de letramento (a leitura como uma ‘tecnologia’), é um conjunto de habilidades lingüísticas e psicológicas, que se estendem desde a habilidade de decodificar palavras escritas até a capacidade de compreender textos escritos. (...) refletir sobre o significado do que foi lido, tirando conclusões e fazendo julgamentos sobre o conteúdo. (SOARES, 2002, pp. 68-69)
Ler para Borel-Masonny (1949), “significa, estando-se diante de um signo escrito, encontrar a sua sonorização.” (1960), “ler oralmente significa, diante de um signo escrito, encontrar sua sonorização portadora de sentido”.
Já para Foucambert,
(...) Ler é funcionar como uma agulha de um toca-disco que transforma vibrações de um certo tipo em sinais de um outro tipo.
(...) A leitura é um equilíbrio entre o processo de identificação de palavras que não pudemos prever com precisão – e que, por isso, informam – e o processo de verificação da antecipação de palavras que pudemos prever – e que, portanto, informam menos.
(...) Não existe leitura se não existir uma expectativa, uma pergunta, uma questão, antes da interação com o texto.
(...) Ler é ser questionado pelo mundo e por nós mesmos, é saber que certas respostas podem ser encontradas no escrito; é poder ter acesso a esse escrito; é construir uma resposta que integre uma parte das informações novas e tudo o que já sabemos.
(...) Ler é verificar a exatidão de uma antecipação. (apud BARBOSA, 1990, p.90)
A leitura é um processo no qual “o leitor é um sujeito ativo que
processa o texto e lhe proporciona seus conhecimentos, experiências e esquemas prévios.” (SOLÉ, 1998, p. 18)
AS ETAPAS DE LEITURA
“No processo de leitura, ocorrem, pelo menos, quatro etapas, segundo uma visão psicolingüística: decodificação, compreensão, interpretação e retenção”. (Cabral, 1986).
A decodificação
O aluno primeiramente decodifica os símbolos escritos. É uma leitura superficial que, apesar de incompleta, é essencial fazê-la mais de uma vez num mesmo texto. É o momento em que o aluno deve anotar as palavras desconhecidas para achar um sinônimo, passo importante para passar para a próxima etapa de leitura, a compreensão do que foi lido.
Segundo Menegassi (1995, p. 87)
Na decodificação, há a ligação entre o reconhecimento do material lingüístico com o significado que ele fornece. No entanto, ‘muitas vezes a decodificação não ultrapassa um nível primário de simples identificação visual’, pois se relaciona a uma decodificação fonológica, mas não atinge o nível do significado pretendido
Segundo Angela Kleiman (1993 apud MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002, p. 82), "as práticas de leitura como decodificação não modificam em nada a visão de mundo do leitor, pois se trata apenas de automatismos de identificação e pareamento das palavras do texto com as palavras idênticas em uma pergunta ou comentário”.
A compreensão
Após passar pela etapa da decodificação, o aluno deve captar o sentido do texto lido. Deve saber do que se trata o texto, qual a tipologia usada, compreender o que o autor pretendeu passar e ser capaz de resumir em duas ou três frases a essência do texto.
Nas questões referentes à essa etapa, as respostas podem ser encontradas literalmente no próprio texto, ou escritas de outra forma, porém estão explícitas no texto.
Para Leffa (apud MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002, p. 85), “ler é interagir com o texto, considerando-se o papel do leitor, o papel do texto e a interação entre leitor e texto”.
A respeito disso, Menegassi; Calciolari (2002) complementa que “nesse caso, a compreensão só ocorre se houver afinidade entre o leitor e o texto; se houver uma intenção de ler, a fim de atingir um determinado objetivo.”
A interpretação
Na terceira etapa da leitura, o aluno deve interpretar uma seqüência de idéias ou acontecimentos que estão implícitas no texto.
O aluno não encontrará facilmente as respostas no texto se não o compreendeu, pois apenas com uma boa compreensão o aluno conseguirá interpretar sentidos do texto que não estão escritos literalmente.
O educador e escritor Rubem Alves nos diz que:
Na vida estamos envolvidos o tempo todo em interpretar. Um amigo diz uma coisa que a gente não entende. A gente diz logo: "O que é que você quer dizer com isso?". Aí ele diz de uma outra forma, e a gente entende. E a interpretação, todo mundo sabe disso, é aquilo que se deve fazer com os textos que se lê. Para que sejam compreendidos. Razão por que os materiais escolares estão cheios de testes de compreensão. Interpretar é compreender. (ALVES, 2004)
Quando o professor lê um texto com os alunos e faz a seguinte pergunta: “o que o autor quis dizer com isso?”, está fazendo o início de uma interpretação, porém o aluno terá primeiro que conhecer o texto e compreendê-lo, assim terá condições suficientes para fazer uma boa interpretação.
A retenção
Nessa última etapa, o aluno deve ser capaz de reter as informações trabalhadas nas etapas anteriores e aplicá-las: fazendo analogias, comparações, reconhecendo o sentido de linguagens figuradas ou subtendidas, e o principal, aplicar em outros contextos refletindo sobre a importância do que foi lido fazendo um paralelo com seu cotidiano, aprendendo com isso, a fazer suas próprias análises críticas.
A última etapa no processo de leitura (...) é a retenção, que diz respeito ao armazenamento das informações mais importantes na memória de longo prazo. Essa etapa pode concretizar-se em dois níveis: após a compreensão do texto, com o armazenamento da sua temática e de seus tópicos principais; ou após a interpretação, em um nível mais elaborado. (MENEGASSI, apud MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002 p. 83)
Apesar de toda essa preocupação com as habilidades de leitura, na escola, ela deve ser uma aprendizagem e não uma técnica resultante de uma mecanização ou receita a ser seguida. Deve ser uma ação do aluno refletindo, levantando hipóteses e se interando sobre o objeto de conhecimento. Certos “tabus” instituídos pelo poder dominante do professor, que define leituras como próprias ou impróprias, devem ser extintos da sala de aula. E para que esses “tabus” sejam extintos é preciso lembrar que:
um primeiro princípio para a construção de uma nova pedagogia da leitura diz respeito ao conhecimento, pelo professor, das circunstâncias de vida dos alunos e à recuperação, como ponto de partida, das suas experiências vividas. (SILVA, 1998, p. 26)
O que o professor deve fazer é conhecer seus alunos no que diz respeito ao seu estilo de vida, culturas e ideologias; e tomar como ponto de partida as várias experiências vividas pelos alunos. Essa é a base de uma preparação da aprendizagem de leitura, não esquecendo de valorizar as opiniões e gostos desses alunos.
A maneira como a escola conduz o aluno à leitura, através do bê-a-bá, pode acarretar sérios problemas para a formação do leitor. O reconhecimento das famílias silábicas, como das letras, faz parte do processo de decifração e não da leitura, como comumente se pensa. (VILAR, 2001)
A leitura, na escola, não serve para aprender a ler, e sim, para aprender outras coisas, serve para treinar a pronúncia dos alunos na língua materna e para ensinar gramática; tornando-se uma atividade secundária com apenas alguns poucos minutos de dedicação.
Tem como objetivo sanar os problemas de escrita, considerados mais importantes, possuindo a concepção de que "a melhor coisa que a escola poderia oferecer aos alunos é a leitura (...) se um aluno não se sair bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, a escola já cumpriu grande parte de sua tarefa". (CAGLIARI, 1996)
Alunos e professores estão acostumados a usarem a leitura para vários fins, menos para o que, realmente, ela serve.
Os alunos lêem para depois “copiar” o que uma personagem disse, ou o que o autor disse; lêem para procurar “erros” de ortografia ou para observar no texto o que eles aprenderam nas aulas de gramática, ou lêem para responder à uma chamada oral do professor, para poder provar que leu o que ele pediu.
Mas esse não é o objetivo dos livros, a leitura serve para formar leitores pensantes e críticos que saibam resolver problemas novos e jamais vividos. Não basta copiar o que o autor disse, tem que formular suas próprias idéias para defender ou criticar o autor, ou aplicar o novo conhecimento ao seu cotidiano.


Compreender, eis a questão!

Ensine a estabelecer inferência e previsão, estratégias que ajudam a entender melhor um texto.


http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/compreender-eis-questao-423576.shtml

terça-feira, 22 de março de 2011

PAUTA 1 - O que é ler para uma criança ou jovem?

1. Apresentação
2.Contrato  Didático
Pontualidade/ Assiduidade- mais de duas faltas consiste na perda do certificado/Trabalhos pessoais- leitura de textos, propostas de intervenção pedagógica para aplicação em sala de aula, participação e troca de experiências/Projeto final da formação.
3. Leitura Compartilhada “ Uma ideia toda azul” de Marina Colasanti.
4. Rede de Idéias – Discussão das concepções pessoais de leitura – Por que meu aluno não lê? Registro das definições do grupo.
5. Estudo teórico sobre concepções de Língua e Habilidades de Leitura a partir de apresentação em slides.
6. Retomada das definições apresentadas pelo grupo sobre o que é ler.
7.Vivência de algumas estratégias de leitura
8.Trabalho Pessoal – Leitura dos textos “ A concepção escolar da leitura” de Ângela Kleiman e a entrevista com Tatiana Belinky

proximos encontros:

turma 2 - quinta-feira - 31 de março de 2011( pauta 1)
turma 1 - quinta-feira - 7 de abril (pauta 2)